Conservando mais de 70 mil hectares no Arco do Desmatamento desde 2009, protegendo a Amazônia e promovendo sustentabilidade.
Jaguatirica (Leopardus pardalis)
Pyrrhura cf. perlata
Onça pintada (Panthera onca)
Mutum-cavalo (pauxi tuberosa)
Anta Brasileira (Tapirus terrestris)
O projeto mobiliza recursos humano e financeiro para proteger suas florestas contra invasões, como detalhado abaixo na seção Principais Atividades Relativas à Prevenção de Ameaças. Ao longo dos anos, foram registradas muitas invasões de propriedades e aumento do desmatamento na região amazônica causados por ocupações ilegais. De acordo com o PRODES, projeto que monitora o desmatamento da Floresta Amazônica, o estado do Mato Grosso, onde está localizado o projeto FSM, já perdeu 222.595,52 km2 de floresta, o que corresponde a 24,60% da área total do estado, e o ano de 2021 foi o que mais desmatou desde 2000. No ranking de desmatamento do PRODES, Colniza é a 8ª cidade com maior desmatamento anual (2020/2021) e a 17ª cidade com maior área desmatada na Amazônia Legal. Além disso, podemos presumir que os números tendem a ser consideravelmente mais preocupantes porque o desmatamento é apenas contados em áreas maiores que 6,25 hectares.
Principais atividades relativas à prevenção de ameaças
Prevenção de atividades ilegais:
Prevenção e Controle de Incêndios
Devido à localização geográfica da área do projeto, próxima às unidades de conservação Parque Estadual Igarapés do Juruena e Parque Nacional do Juruena, podemos presumir possíveis impactos positivos e contribuições ao meio ambiente como a manutenção do corredor ecológico, que é rico em biodiversidade de fauna e flora e atua no controle de fragmentação do solo, conectividade entre povoamentos, e como uma área de refúgio para a biodiversidade. Adicionalmente, a Área do Projeto funciona como zona tampão de riscos e ameaças ao mosaico de áreas protegidas do Norte do Estado de Mato Grosso (Figura 1). Foram identificadas a presença de muitas espécies ameaçadas da flora e fauna no entorno do projeto, como por exemplo, Leopardus tigrinus, Kunzia tomentosus, Dinomys branickii, Clytoctantes atrogularis, Bertholletia excelsa, Hevea brasiliensis, espécies).
Adicionalmente, é importante destacar que algumas áreas no entorno do projeto estão classificadas como Áreas Importantes para a Conservação de Aves (IBAs). Existem apenas 234 IBAs no Brasil e podemos dizer que a região próxima ao Projeto Santa Maria é uma delas.
Os polígonos vermelhos na Figura 1 representam os limites do projeto Florestal Santa Maria. Além de evidenciar o contraste entre a região desmatada e a região de floresta do município de Colniza, a imagem de satélite comprova que o projeto Florestal de Santa Maria é responsável por proteger grandes e contíguos fragmentos florestais dessa região desde seu início em 2009.
Figura 1. Região do projeto Florestal Santa Maria na visualização do Google Earth (Landsat/Copernicus Satellite) para os anos de 2009 e 2016, e na visualização do satélite Planet para o ano de 2023.
A linha de base do projeto assumiu que, na ausência do projeto, a floresta teria sido cortada ilegalmente e a madeira explorada, após isto a área teria sido transformada em pasto ou café, duas práticas comuns na região do projeto. Conforme descrito no documento do PDD, antes do início do projeto a fazenda havia registrado vários casos de invasões, porém com o projeto isso foi controlado devido à intensificação das atividades de patrulhamento e fiscalização.
O modelo inicial de desmatamento do projeto afirma que, na ausência do projeto, 87,6% da área poderia ter sido convertida em 30 anos. Isso se deve ao fato de que a primeira linha de base foi estabelecida com base na tendência de desmatamento observada entre 1999 e 2010, época em que as taxas de desmatamento eram muito maiores do que hoje. Porém, conforme previsto inicialmente na metodologia, a cada 10 anos a linha de base precisa ser revalidada, o que foi feito para as considerações de desmatamento evitado a partir do ano de 2019. Os novos modelos agora mostram uma pressão muito menor na área do projeto, evidenciando que o projeto tem sido eficiente na redução do risco de desmatamento em sua área.
Figura 2. Taxas anuais de desmatamento para o estado de Mato Grosso, Brasil, observadas pelo Programa Oficial de Monitoramento PRODES
Sim, além do projeto REED+ na fazenda Santa Maria é realizado o manejo madeireiro sustentável, interferindo, porém, não inviabilizando o projeto.
A existência do manejo interfere na geração dos créditos uma vez que toda atividade que remova carbono da área do projeto é contabilizada e descontada dos créditos gerados. Em suma atividades como a abertura de estradas, arraste de arvores, o próprio carbono estocado nas árvores e até o impacto que elas geram na queda são contabilizados e removidos da geração de créditos.
O manejo florestal sustentável envolve a gestão cuidadosa dos recursos florestais para garantir sua conservação e uso sustentável, enquanto a geração de carbono refere-se a projetos que buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio do sequestro ou redução de emissões de CO2e. A disponibilidade de madeira explorada de maneira sustentável da floresta é uma ferramenta interessante para o controle de “leakage”, pois atende a uma demanda de madeira da região de maneira sustentável, evitando a abertura de novas áreas do entorno para este fim. Como evidencia de um manejo madeireiro sustentável a fazenda conta com a certificação FSC.
FSC é o Forest Stewardship Council, uma organização global sem fins lucrativos com o objetivo de promover o manejo florestal sustentável, baseado em seus padrões que atualmente são o mais alto nível de avaliação socioambiental exclusivo para a atividade de manejo florestal. Os padrões utilizados para avaliar a FSM consideram a conservação da biodiversidade, o manejo de recursos hídricos, o manejo de resíduos, a conservação do solo, a proteção dos direitos dos trabalhadores e a segurança do trabalho, as relações com as comunidades locais, o respeito aos direitos consuetudinários de comunidades tradicionais e diversos aspectos da gestão financeira e transparência.
Embora o projeto tenha iniciado em 2009, a Systemica assumiu a execução técnica do projeto em 2020 e desde então tem se dedicado para o aprimoramento do projeto e suas atividades, prezando pela integridade socioambiental a partir de embasamento científico e transparência. Abaixo algumas das atualizações realizadas pela Systemica desde então:
Atualizações Técnicas:
Atualizações Sociais:
Sim, a mais recente em setembro de 2022, escrita pela agência de notícia Reuters. Segue link para acesso a matéria completa.
As críticas feitas no artigo estão relacionadas aos seguintes aspectos: morte de funcionário terceirizado na área do projeto, venda de créditos de carbono para empresa de cripto, falta de algumas atividades sociais e perda de certificação FSC.
No primeiro ano de manejo florestal, realizado pela nova proprietária do projeto, Caraguá, no dia 17 de maio de 2021, houve um acidente fatal durante atividades de manejo florestal, com um funcionário terceirizado, que portava todos os equipamentos de proteção individual (EPIs), veio a óbito após a queda uma galhada. Todos os atendimentos de primeiros socorros foram prestados de forma imediata, mas, infelizmente, o óbito ocorreu. Tratou-se de um lamentável acidente. Na ocasião foram utilizados equipamentos de segurança exigidos e as técnicas aplicáveis à atividade. A empresa terceirizada pagou indenização ao espólio do falecido no montante de 66 mil reais e as empresas Caraguá e Florestal Santa Maria pagaram indenização de 85 mil reais.
A Caraguá não trabalha mais com as atividades de campo da empresa terceirizada, exerce, atualmente, suas atividades de campo de forma direta, possui certificação FSC e, mesmo não tendo obrigação legal, provê seguro de vida aos seus colaboradores de campo. Atualmente, o Projeto de REDD Florestal Santa Maria, na gestão da Caraguá, está em fase de implementação de atividade de repartição de benefícios sociais e da certificação internacional CCB. Dessa forma, o compromisso e a ação da Caraguá no controle do Projeto de Redd Santa Maria refletem exatamente os princípios destacados na descrição do projeto
Quanto a não execução de algumas das atividades sociais inicialmente planejadas pela a antiga gestão do projeto, esta está relacionada a falta de liquidez e baixo preço unitário de créditos de carbono, especialmente entre os anos de 2012 e 2020, onde os créditos eram vendidos a valores em torno de 0,50 dólares, que embora tenham possibilitado a conservação e desenvolvimento de algumas das atividades sociais, outras acabaram sendo inviabilizadas.
A venda de créditos de carbono para empresas que realizam a tockenização dos créditos, está diretamente ligada ao ponto anterior, por trazer uma liquidez ao projeto, que na época não havia, possibilitando a retomada de muitas atividades sociais e de biodiversidade.
Por outro lado, além da crítica, o projeto também tem sido reconhecido por sua atuação, como por exemplo, em um artigo em que foi utilizado estudo de caso de desmatamento evitado pela Sylvera, uma das mais importantes empresas, a nível global, de avaliação de projetos do mercado voluntario. No artigo escrito pela Sylvera, FSM é apontado como um exemplo de projeto que de fato evita o desmatamento e apresenta linha de base sólida. Segue link para acesso a matéria completa.
Vale destacar que a Systemica está sempre aberta a ouvir e responder as críticas e considerações do Florestal Santa Maria e de todos os projetos em que atua, com o objetivo de sempre melhorar e manter a mais alta integridade e transparência possível.
Caso você tenha qualquer dúvida, crítica ou sugestão em relação ao projeto, por gentileza nos escreva através do e-mail contato@systemica.digital ou Whatsapp +55 11 5039-1080.