Amazon Biome
Conservancy

O projeto mobiliza recursos humanos e financeiros para manter as florestas em pé, impedindo a supressão planejada de sua vegetação para o aproveitamento econômico tradicional empregado na região (pecuária e agricultura). De acordo com o PRODES, projeto que monitora o desmatamento da Floresta Amazônica, o Estado do Amazonas, onde está localizado o projeto ABC. Já perdeu 33.384,00 km² de floresta tropical, sendo o ano de 2022 recorde desde 1998. com 2,6 mil km² desmatados. No ranking de desmatamento do PRODES, Itacoatiara, cidade onde se localiza o projeto. é o munícipio do Amazonas com a 6″ maior área desmatada. Em proporção, é o 3º município mais desmatado, com 20,81% da toda vegetação removida, indicando uma grande pressão para o aproveitamento econômico da região. A Tabela 1 apresenta as primeiras atividades de projeto que serão implementadas ao longo dos próximos meses. 

Tabela 1. Principais atividades relativas à prevenção de ameaças 

PREVENÇÃO DO DESMATAMENTO PLANEJADO:

• Mobilização de recursos financeiros para barrar o plano de supressão da vegetação protocolado no IPAAM;
• Estruturação técnica de viabilidade do projeto de carbono: 
• Identificação e gestão de stakeholders locais; 
• Proibição de entrada de pessoas não autorizadas na área de projeto; 
• Proibição de caça, pesca e atividades não autorizadas dentro da área de projeto. 

PREVENÇÃO E CONTROLE DE INCÊNDIOS: 

• Comunicação de focos de incêndio ao setor administrativo, registro na ficha de ocorrência de incêndio e comunicação aos órgãos competentes. Em caso de incêndio, acionamento do time de brigada de incêndio da região. 
• Fornecimento de materiais e equipamentos para as atividades de Combate e Controle de Incêndio. 
• Utilização de técnicas de proteção com aceiros naturais e aceiros artificiais. 
• Orientação à vizinhança quanto à prevenção, medidas e boas práticas para evitar o início de incêndios.

A linha de base do projeto assumiu que, na ausência deste, a floresta teria sido cortada legalmente pelo seu proprietário, que possui por lei o direito da supressão de 20% do total da sua propriedade. A madeira do corte seria parcialmente aproveitada para comercialização; o restante seria queimado para limpeza das áreas. Após isto a área teria sido transformada em pasto, uma das práticas mais comuns na região do Estado do Amazonas.

O modelo inicial de desmatamento do projeto afirma que, na ausência dele, os 20% da área passíveis de supressão seriam convertidos em 10 anos. Este valor tem como referência o plano de supressão para a área que está em tramitação no órgão ambiental do Estado responsável por sua aprovação, o IPAAM.

Sim, além do projeto REED+ o proprietário dos sete lotes que abrangem a área do projeto ABC pretende realizar atividades de manejo florestal sustentável. A existência do manejo não interfere na geração dos créditos, uma vez que a atividade será realizada apenas nas áreas de reserva legal da propriedade, enquanto a área de projeto corresponde à área de uso múltiplo da propriedade – aquela que poderia ser desmatada -, de acordo com o Código Florestal Brasileiro de 2012. Portanto, as atividades que removem carbono serão realizadas em outras áreas que não as do projeto.

O manejo florestal sustentável envolve a gestão cuidadosa dos recursos florestais para garantir sua conservação e uso sustentável, enquanto a geração de carbono se refere a projetos que buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio do sequestro ou redução de emissões de CO²e. Para o caso do projeto ABC, as atividades de manejo são bem-vistas, pois contribuem com as atividades de monitoramento e vigilância do projeto. A área passível de supressão, que se torna na verdade a área de projeto, possui em três lados do seu perímetro a reserva legal das propriedades que são posse do mesmo proprietário. Isto auxilia na proteção física da área de projeto, que é também de interesse do proprietário para preservação.